No ano de 2021, o Brasil emitiu 2,4 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e). Em comparação com o ano anterior (2020), houve um crescimento de 12,2% nas emissões, refletindo no maior aumento de emissões em quase duas décadas. Com a retomada da economia após a pandemia de COVID-19, as emissões globais cresceram cerca de 5% já em 2021. Dessa forma, o Brasil demonstra uma aceleração duas vezes maior do que a média mundial. Mas ao que se deve tal aumento?
De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa – SEEG, em relatório lançado em 2023 pelo Observatório do Clima, a alta no desmatamento, sobretudo na Amazônia, foi a principal responsável pelo aumento de emissões. Em 2021, a poluição climática causada pelas mudanças de uso da terra subiu 18,5%. A destruição dos biomas brasileiros emitiu 1,19 bilhão de toneladas brutas de CO2e no ano retrasado — mais do que o Japão inteiro —, contra 1 bilhão de toneladas em 2020.
O crescimento das emissões não foi apenas impulsionado pelas mudanças no uso da terra. O setor energético apresentou o maior salto nas suas emissões desde 1973, com 435 milhões de toneladas de CO2 emitidas (12,5%). A alta se deve à retomada econômica pós pandêmica e à seca extrema que prejudicou a geração das hidrelétricas, além de uma queda no uso de etanol.
Seguindo a alta expressiva, o setor agropecuário representou 3,8% (601 milhões de toneladas) das emissões, tendo o aumento da bovinocultura como o principal responsável pelo crescimento. Além deste, o setor de processos industriais e uso de produtos registrou elevação de 8,2% (para 108 milhões de toneladas), e o de resíduos, uma discreta – e inédita – oscilação para baixo, de 0,1% (91 milhões de tCO2e).
Imagem: Emissões de gases de efeito estufa do Brasil de 1990 a 2021 (GtCO2e).
Fonte: Observatório do Clima, 2023.
Esses dados afirmam que, tal como em anos anteriores, as mudanças do uso da terra responderam pela maior parte das emissões brutas brasileiras: 49% em 2021, contra 46% em 2020. Ao somar as emissões geradas pelo desmatamento e outras mudanças de uso da terra com as do setor agropecuário, conclui-se, em um sentido amplo, que a atividade agropecuária responde por 74% de toda a poluição climática do país.
Imagem: Perfil de emissões por atividade econômica. Fonte: Observatório do Clima, 2023.
Foi observado também que o Brasil se mantém em posição elevada entre os maiores emissores do planeta: o país é o sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, com 3% do total mundial, atrás de China (25,2%), EUA (12%), Índia (7%), União Europeia (6,6%), Rússia (4,1%) e Indonésia (4%). Além disso, comparando-se as emissões per capita no Brasil com as do resto do mundo, nota-se que o país segue emitindo mais do que a média mundial. Enquanto o mundo emite em média 6,2 toneladas por pessoa, no Brasil, as emissões brutas per capita em 2021 foram de 11,1 toneladas, e as líquidas, de 8 toneladas.
Fonte: Análise das Emissões de Gases de Efeito Estufa e suas Implicações para as Metas Climáticas do Brasil, 1970-2021. Observatório do Clima, 2023.
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